Dando continuação as entrevistas do ano, o professor
Marcelo Barros conta um pouco sobre sua carreira e de que forma pretende atuar
como tutor do Grupo PET Computação UFCG.
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Professor Marcelo |
Grupo PET - Olá, Marcelo.
Primeiramente, conte-nos sobre sua formação.
Marcelo Barros – Possuo graduação em Engenharia Elétrica
pela Universidade Federal da Paraíba (1986), especialização em Gestão da
Inovação (UFPB-1996), MBA em Marketing de Software (Nova Southeastern
University - 1997), mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal
da Paraíba (1990), doutorado em Informatica - Université Paris Sud (1994) e
pós-doutorado em Gestão do Conhecimento - Ecole Doctorale d´Informatique,
Télécommunications et Eléctronique (2001). Recebi o Prêmio Dorgival Brandão do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (1998) de Melhor Projeto do
Brasil na categoria Qualidade e Produtividade de Software, com o projeto de um
programa de formação em nível de mestrado de profissionais que incorporam o
design thinking na produção de software. Atualmente sou professor associado da
Universidade Federal de Campina Grande. Tenho experiência na área de Ciência da
Computação, com ênfase em Sistemas de Informação, atuando principalmente nos
seguintes temas: gestão do conhecimento, empreendedorismo, gestão da inovação,
jogos sérios e economia da cultura. Criei e coordenei o IEMPI - Instituto de
Empreendedorismo e Inovação, o Pontão de Cultura Rede Viva e o Atelier de
Computação e Cultura da UFCG (www.compcult.net).
Grupo PET - Quais as atividades academicas em que você está envolvido
atualmente?
Marcelo Barros –
Disciplinas na Graduação no CCC (Jogos Digitais) e nos demais cursos da UFCG
(Cálculo Numérico), Disciplinas no PPGEP-UFPB (Programa de PosGraduação em
Engenharia de Produção (Workflow e Gestão do Conhecimento)), Coordenação de
projetos de Pesquisa e Extensão: 1) ClipCult Jogo de Revista Eletrônica
Intercultural e Internacional da Paraíba - FAPESQ-MCOM, 2) AGILE: jogo de
Combate à Obesidade infantil, 3) CaçaDengue: Jogo de Combate À Dengue, 4) Pontão
Rede Viva: Centro de Cultura Digital para Pontos de Cultura do MINC e
Coordenação do Laboratório de Jogos de Inovação: Atelier de Computação e
Cultura da UFCG (www.compcult.net).
Grupo PET - Como surgiu o
interesse em participar do PET?
Marcelo Barros –
Sempre acompanhei o PET com carinho devido à sua semelhança com minha postura em minhas atividades:
promover uma experiência de empreendedorismo integral dos meus alunos por meio
de uma vivência em sala de aula que seja integrada com atividades de pesquisa e
com troca de saberes com a sociedade, para cada disciplina. Todos os meus
projetos pedagógicos tem um design instrucional com esta característica. São
mais de 130 disciplinas com esse tipo de design instrucional e que se renovam a
cada semestre de ministração (ver www.tecout.com.br e www.inoversidade.esy.es). Por causa
dessa afinidade sentida à distancia, quando fui convidado pela coordenação
colegiada do DSC a me candidatar para a tutoria do PET, recebi esta
oportunidade como um presente e me dispus imediatamente a realocar parte de
minha dedicação acadêmica para o PET Computação. Como não poderia deixar de ser,
também me preparei para contribuir com a gestão estratégica do programa junto à
PRE a fim de melhorar seu desempenho e aumentar a visibilidade da UFCG em sua
missão institucional prevista no seu marco legal: o PDI (Plano de
Desenvolvimento Institucional).
Grupo PET - De que forma foi o
processo de seleção?
Marcelo Barros – Foi formal, por meio de edital público
para avaliação de competências e afinidade com a filosofia do PET, com uma
entrevista final. Na entrevista final explicitei minha visão e atitude já
descritos acima e creio que convenci os avaliadores que tinha o perfil para
contribuir com o crescimento do PET Computação.
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Grupo PET Computação 2014-2015 |
Grupo PET - Como foi a primeira
reunião a frente dos petianos? Como eles reagiram?
Marcelo Barros – Como se esperava, foi um momento de
relativa ansiedade para ambos, petianos e eu, pois o PET Comp estava sem
liderança efetiva há seis meses, devido ao afastamento da professora Lívia. Os
petianos estavam sedentos da presença efetiva de um tutor que desse
continuidade aos projetos planejados para 2015 que estavam em passo lento e eu
estava sedento de entender, operacionalmente, como o PET estava funcionando,
para descobrir onde eu poderia contribuir com novas idéias motivadoras e com
abordagens de gestão acadêmica que impactassem o programa em níveis do CCC e da
UFCG em sua missão institucional de promover a integração entre ensino,
pesquisa e extensão. Além disso, o grupo estava com apenas 5 integrantes pois
vários petianos estavam saindo para o Ciência sem Fronteira. Mas foi muito boa.
Logo percebemos as possibilidades para o futuro. Sentimos desde o início que
existe um espírito de fraternidade saudável e até agora temos aprendido muito,
mutuamente, compartilhando nossas experiências acadêmicas e nossos talentos artísticos.
Grupo PET - Quais serão as
primeiras ações que o senhor vai por em prática como tutor do grupo?
Marcelo Barros – Como entrei, de fato, em agosto de 2015,
já existe um planejamento que deve ser cumprido. Mas nestes 5 meses de 2015, depois
de diagnosticar o modelo de gestão acadêmica atual do PET e de selecionar novos
petianos para (re)compor o grupo, a minha primeira ação é uma capacitação do
grupo para planejar uma visão de futuro do PET em nível de curso (CCC) e de
UFCG. Isso será feito por meio de oficinas de 1) comunicação científica, 2) de
análise de valor de projetos de pesquisa, ensino e extensão, 3) de organização
empreendedora, 4) de responsabilidade social e 5) de negociação de projetos. Em
seguida teremos uma ação de sensibilização e de negociação com todo o
ecosistema acadêmico do nosso departamento para construção de parcerias
estratégicas internas e externas. Após isso, estaremos todos aptos para definir
novas metas e ações inovadoras para os próximos 10 anos do PET Computação e do
PET UFCG.
Grupo PET – O que essa
experiência poderá contribuir na sua formação pessoal e profissional?
Marcelo Barros – Creio que essa experiência enriquecida
pela vivência constante com os talentosos alunos de nosso curso me deixará mais
jovem e mais feliz. Com certeza irei aprender mais com eles do que eles comigo.
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Grupo PET Computação em visita a Casa da Criança Dr. João Moura |
Grupo PET - O que esperar desse
grupo em 2016?
Marcelo Barros – Ousadia e
Inovação. Mas não somente em 2016. Não consigo pensar no PET com uma visão mais
curta do que 10 anos. Na minha opinião o PET é um programa de apoio ao ensino
superior que foi concebido para inovar o ensino de graduação desde o primeiro
ano da formação do aluno. Basta ver seus objetivos no seu marco legal, a
portaria MEC 976/2010. Isto é uma quebra de paradigma nas práticas acadêmicas do
ensino superior que trazem um discurso de indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, mas têm uma atitude isolacionista destas 3 dimensões na
formação acadêmica de nossos alunos. Espero ousadia e atitude empreendedora dos petianos e de todo o DSC, para criar uma capacidade de influenciarmos
outros atores da sociedade local e da própria UFCG. Com essa capacidade
construída e com ações simples baseadas nas nossas atividades acadêmicas
otimizadas, vamos inovar a formação de Cientistas da Computação e impactar o
desenvolvimento da nossa região de uma maneira perceptível pela sociedade
local.
Grupo PET – Marcelo Barros, muito
obrigado pela sua entrevista. O PET Computação agradece seu interesse em
participar do grupo e deseja muito sucesso nos próximos anos.
Marcelo Barros – Obrigado a vocês por
todos os presentes que esta experiência de ser tutor do PET Comp significa pra
mim.