Imagine a seguinte situação: É fim de tarde em uma terça-feira e você está dirigindo para casa, tranquilo voltando do trabalho. Um sinal na tela multimídia do seu veículo lhe informa que você deve passar no supermercado no caminho e comprar mais leite. O aviso foi enviado pela “Lucy”, a central de gerenciamento da sua casa, que, integrada à sua geladeira já sabe o que você precisa comprar. Esta central está ligada ao GPS do seu carro, que localiza um supermercado no caminho do seu trabalho para casa. Após fazer as compras você se aproxima do caixa, saca seu celular e efetua o pagamento através de um aplicativo que substitui sua carteira.
Agora imagine um cenário em que, além da sua geladeira, vários objetos da sua casa se conectam à internet: TV, máquina de lavar, forno de micro-ondas, termostato, alarme de incêndio, sistema de som, lâmpadas, enfim. Tudo isso parece um filme de ficção? Sim. Mas a tecnologia que torna esta cena de Hollywood possível já existe. Não uma tecnologia, mas várias, interligadas pela internet em todas as coisas.
Imagem 1: conectividade |
Internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) é um conceito criado para a revolução tecnológica dos itens interconectados. São todos os itens usados no dia-a-dia que estão imersos na rede mundial de computadores. Mas, não se limite aos smartphones e computadores, porque hoje existem incontáveis utensílios que são conectados – eletrodomésticos, tênis e roupas, meios de transporte e até mesmo cadeados. O objetivo de implantar rede de internet em utensílios do dia-a-dia é para que aconteça a fusão do mundo físico e o digital, fazendo com que tudo que estiver conectado se comunique um com o outro, seguindo o mesmo conceito dos data centers e nuvens.
Imagem 2: conectividade |
Até 2020, existirão 34 bilhões de dispositivos – PCs, smartphones, tablets, smartTVs, relógios inteligentes – em todo o mundo, conectados à internet. Isso significa que são mais de quatro dispositivos para cada humano no planeta (a população mundial atual, de acordo com o Worldmeters é de 7,436 bilhões de pessoas). O cálculo é da Business Intelligence (BI) e indica que a IoT tem o poder de revolucionar todas as coisas – casas, negócios e cidades inteiras. Apenas a IoT deve demandar investimento no quinquênio 2015~2020 de US$ 6 trilhões, ou 1,25% do PIB global no mesmo período. Esses US$ 6 trilhões gerarão retorno de US$ 12,6 trilhões na década compreendida entre 2015~2025.
Segurança
Ana Cristina Fachinelli, professora do Programa de Pós-Graduação em Administração da UCS (Universidade de Caxias do Sul), diz que a IoT começa a se configurar como uma possibilidade interessante de negócios e, por isso, pode vislumbrar e permitir estratégias de Marketing. Porém, por trás de tanta praticidade, uma preocupação cerca os estudiosos: a segurança da informação. "Vejo como desafio a questão ética e legal da invasão ainda maior de empresas de produtos e/ou serviços nas casas e na vida das pessoas, e de como este tipo de informação resultante será utilizada. Ela pode sim ser utilizada em benefício do usuário, na mesma medida ou da mesma forma como pode ser utilizada contrariamente em benefício de outrem", alerta Ana.
A Nexusguard, empresa de soluções de segurança para o combate a Distributed Denial of Service (ataques distribuídos de negação de serviço), divulgou um estudo que examina os riscos de dispositivos sempre conectados. O levantamento foi conduzido pela empresa de pesquisa e de inteligência de mercado Cybersecurity Ventures.
O levantamento destaca os riscos inerentes aos dispositivos de IoT, especialmente os roteadores, utilizados com frequência como ponto de partida para os ataques mais agressivos de DDoS. O DDoS é com frequência a “primeira onda” dos ataques dos hackers, que o utilizam para distrair as companhias enquanto promovem outras ações. Os roteadores também são utilizados em ataques de reflexão de Simple Service Discovery Protocol (SSDP). Essas investidas são particularmente perigosas porque podem utilizar roteadores vulneráveis para amplificar um ataque além dos limites de largura de banda tradicionais, ao mesmo tempo que escondem a fonte original do ataque.
Imagem 3: hacker de computador |
Mas, nem tudo está perdido. Apesar do cenário pouco otimista, a cibersegurança será fortalecida por parcerias e colaborações na indústria. A indústria de segurança está unindo forças com provedores de telecomunicações e governos do mundo todo para combater crimes virtuais. Enquanto os criminosos do ambiente virtual continuarem buscando alternativas, as plataformas de código aberto continuarão a abordar vulnerabilidades com ainda maior coordenação, colaboração e resposta da indústria.
Por,
Kaio Oliveira - Integrante do PET Computação
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